A infraestrutura portuária do México seria insuficiente se o país parasse de importar milho dos Estados Unidos, afirmou o Baker Institute em um relatório.
Os fatos: O México tem um alto grau de complementaridade no comércio agrícola com os Estados Unidos.
Enquanto o México exporta principalmente frutas e legumes para o mercado americano, os EUA exportam grãos e sementes oleaginosas para o mercado mexicano.
Importações de milho para o México
Com relação ao milho, o México é altamente dependente das importações de milho dos Estados Unidos, mas essas compras são principalmente de milho amarelo, que é usado para a alimentação de animais e para a produção de cereais, amidos e outros produtos processados.
Depois que o governo mexicano emitiu um decreto para impedir as importações de milho transgênico para consumo humano, sua contraparte norte-americana solicitou um painel de solução de controvérsias nos termos do Acordo México-EUA-Canadá (T-MEC).
Desde então, o governo dos EUA também reiterou suas preocupações de que essa restrição poderia se estender às importações de milho amarelo e questionou a base científica na qual o México argumenta que o consumo de milho GM pode prejudicar a saúde humana.
O relatório do Baker Institute afirma que, atualmente, o México não tem infraestrutura portuária suficiente para substituir as importações de milho dos EUA por grãos da Argentina, do Brasil, da Rússia ou da Ucrânia, mesmo supondo que haja suprimentos adequados disponíveis.
Infraestrutura portuária
Em 2023, o México produziu 27 milhões 549.918 toneladas de milho e importou 19 milhões 463.561 toneladas.
Desse total de compras externas, 95,7% foram originadas nos Estados Unidos e o restante no Brasil, na África do Sul, no Chile e na Argentina.
As importações de milho mexicano dos Estados Unidos, em milhares de toneladas, são apresentadas a seguir:
- 2019: 14,518
- 2020: 14,525
- 2021: 16,840
- 2022: 15,435
- 2023: 18,619
- Janeiro a julho de 2023: 10.610
- Janeiro a julho de 2024: 14.317
Mais de 90% da área cultivada com milho nos EUA é geneticamente modificada (GE). Em contrapartida, o México não permite a produção comercial de milho transgênico. Essa decisão foi tomada após uma decisão de um tribunal federal em 2013.
Além disso, os EUA se destacam na produção e exportação de milho amarelo transgênico. O México, por outro lado, concentra-se principalmente no milho branco, no qual tende a ser autossuficiente. Esse tipo de milho é usado para fazer alimentos como tortilhas.