A chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos gerou incerteza no comércio internacional, de acordo com um relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
Na visão da agência, as políticas protecionistas de Trump previstas para seu segundo mandato estão entre os fatores que tornam as perspectivas para o comércio mundial “altamente incertas” até 2025.
Em sua campanha mais recente, Trump propôs uma tarifa básica de 10% a 20% sobre todas as importações de mercadorias dos EUA.
Trump também propôs a implementação de tarifas de 60% ou mais sobre as importações americanas de produtos originários da China.
Incerteza no comércio internacional
Na véspera da eleição, Trump fez uma promessa contundente. Ele anunciou que imporia uma tarifa de 25% sobre todas as importações de produtos do México. Ele também indicou que esse imposto poderia aumentar para 100%, se necessário. Essa medida, segundo ele, dependerá de a presidente Claudia Sheinbaum interromper o que ele descreveu como uma “avalanche de criminosos e drogas” nos Estados Unidos.
Como presidente eleito, Trump reverteu suas ameaças. Ele declarou que, em seu primeiro dia no cargo, imporia uma tarifa de 25% sobre todos os produtos importados do México e do Canadá. Ao mesmo tempo, ele anunciou uma tarifa adicional de 10% sobre os produtos da China. Essas medidas, explicou ele, têm o objetivo de abordar as preocupações relacionadas à imigração ilegal e ao comércio de drogas ilícitas.
Tarifas
Do ponto de vista da UNCTAD, as mudanças na postura da política comercial dos EUA são uma fonte de preocupação global. Espera-se que os EUA adotem uma política comercial mais protecionista.
Nesse contexto, novas tarifas poderiam ser aplicadas de forma mais geral e não se limitariam a produtos específicos.
Além disso, essas medidas poderiam afetar tanto os adversários geopolíticos quanto os principais parceiros comerciais. Isso inclui, acima de tudo, aqueles com tarifas altas e superávits comerciais significativos com os EUA.
Mesmo pequenos ajustes nas tarifas dos EUA gerariam efeitos consideráveis na dinâmica do comércio global. Isso se deve ao papel dos EUA como um mercado consumidor crucial e à interconexão das cadeias de valor transfronteiriças.