Em 2022, o Investimento Estrangeiro Direto (IED) na América Latina e no Caribe aumentou 51%, chegando a US$ 208 bilhões, sustentado pela alta demanda por matérias-primas e minerais essenciais.
De acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), todos os principais receptores da região viram seus fluxos de IED aumentarem, impulsionados pelo investimento em mineração e hidrocarbonetos.
No Brasil, os fluxos aumentaram em dois terços, chegando a US$ 86 bilhões, o segundo maior já registrado.
Os lucros reinvestidos dobraram para um recorde de US$ 34 bilhões.
O número de projetos greenfield anunciados e de acordos internacionais de financiamento de projetos aumentou em quase 30%, chegando a 242 e 138, respectivamente.
O Brasil ficou em quinto lugar no mundo em número de acordos internacionais de financiamento de projetos.
Os principais projetos incluíram a construção de uma fábrica de palma de US$ 3 bilhões pela Empresas Copec (Chile) e a rodovia Rio-Valadares de US$ 2,3 bilhões no Brasil, patrocinada pela EcoRodovias (Brasil) e pela Logistica (Itália).
Investimento estrangeiro direto
O IED na Colômbia cresceu 82%, chegando a US$ 17 bilhões, impulsionado pelas indústrias extrativas, construção, finanças e serviços de transporte, logística e comunicação.
O IED na Argentina e no Peru dobrou para US$ 15 bilhões e US$ 12 bilhões, respectivamente.
Por outro lado, os fluxos para o México, o segundo maior receptor da América Latina, aumentaram 12%, chegando a US$ 35 bilhões, com um aumento nos novos investimentos de capital e nos lucros reinvestidos.
O valor das vendas líquidas de fusões e aquisições internacionais disparou para US$ 8,2 bilhões (ante menos de US$ 1 bilhão em 2021).
Um grande negócio foi a aquisição pela Univision Communications (EUA) dos ativos de mídia, conteúdo e produção do Grupo Televisa por US$ 4,8 bilhões.
O valor do investimento anunciado em novas instalações mais do que dobrou, chegando a US$ 41 bilhões.
A Tesla (EUA) planeja investir US$ 5 bilhões em uma fábrica no México.
No Caribe, o IED aumentou 53%, chegando a US$ 3,9 bilhões, impulsionado principalmente pelo crescimento dos fluxos para a República Dominicana, chegando a US$ 4 bilhões.