Claudia Sheinbaum deve fazer suas próprias definições de política externa, após o abandono dessa área nos últimos seis anos, disse Roberta Lajous, embaixadora aposentada do México.
Lajous considerou que o México deve agora priorizar a coordenação com os Estados Unidos e o Canadá.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor tarifas generalizadas sobre as importações para seu país, bem como tarifas específicas sobre países como China, México e Canadá. Ele fez isso argumentando que a ação sobre a migração e o tráfico de drogas é insuficiente.
A política externa de Claudia Sheinbaum
“A ofensiva diplomática que o México tem que montar tem que reunir os diferentes níveis de governo e o Congresso, porque também existe a diplomacia parlamentar, e tem que reunir empresários, acadêmicos e amplos setores da sociedade”, disse ela.
Há poucos dias, ela participou de uma reunião do Fórum Norte-Americano em Ottawa, no Canadá, onde foram analisadas as implicações do segundo mandato de Trump na presidência dos EUA e a revisão do Acordo México-EUA-Canadá (T-MEC), previsto para 2026, mas cujo processo terá início em 2025.
“Os empresários canadenses querem negociar inclusive com o México, porque percebem que é mais difícil negociar sozinho”, disse ele.
Primeiro parceiro comercial
A revisão do T-MEC ocorrerá em um contexto em que o México se tornou o primeiro parceiro comercial dos Estados Unidos desde 2023 e com a eventual negociação de um acordo abrangente entre os países da América do Norte.
Lajous é pesquisadora associada da presidência do El Colegio de México e Global Fellow do The Wilson Center em Washington, D.C. Ela foi embaixadora do México na Espanha, Bolívia, Cuba e Áustria. Também atuou como Diretora Geral para a América do Norte no Ministério das Relações Exteriores (SRE).
De acordo com Lajous, os empresários do México, dos Estados Unidos e do Canadá têm muita experiência e organização em negociações comerciais desde 1994 e têm se movimentado e se educado mutuamente.
“Acredito que a carta norte-americana é do interesse do México”, disse Lajous, acrescentando que as três nações norte-americanas devem ter uma política estruturada em relação à China.