O comércio agroalimentar entre os Estados Unidos e o México mantém vantagens tarifárias e uma tendência de crescimento.
Mas o que acontece com as condições dos trabalhadores e a justiça trabalhista no México?
A esse respeito, o Sindicato Nacional de Alimentação e Comércio (SNAC) reconhece que o México está em uma posição estratégica no novo contexto do comércio internacional.
Comércio agroalimentar
Graças ao Tratado entre o México, os Estados Unidos e o Canadá (T-MEC), o México manterá o tratamento preferencial, o que significa que não pagará tarifas sobre os produtos agroalimentares que fazem parte desse acordo.
«Isso representa uma vantagem competitiva muito importante em relação a outras nações que enfrentarão custos adicionais para entrar no mercado dos EUA. Em um ambiente em que a demanda por produtos alimentícios continua a crescer, essa condição pode fortalecer a presença do México nesse mercado e abrir oportunidades de crescimento para as empresas do setor», disse o SNAC em um comunicado à imprensa.
No entanto, de sua perspectiva, esse crescimento deve ser acompanhado de proteção e justiça para os trabalhadores.
“Embora o México seja hoje um dos principais fornecedores de alimentos frescos e processados para os Estados Unidos -como abacates, tomates, carnes e bebidas- os direitos trabalhistas da maioria dos trabalhadores dentro e fora do setor formal são sistematicamente violados no México”, afirmou.
O SNAC enfatizou que persistem profundas deficiências nas condições de trabalho do setor, especialmente no que se refere a baixos salários, tratamento precário, interferência dos empregadores na vida sindical e direito à livre associação.
Condições decentes
Além disso, o governo dos EUA indicou que dará atenção especial para garantir que não haja práticas de dumping trabalhista, ou seja, que os custos de produção não sejam reduzidos artificialmente afetando os direitos trabalhistas, salários justos ou condições decentes.
Na opinião do SNAC, um setor forte não pode ser sustentado apenas com base em salários baixos ou condições frágeis.
Além disso, de acordo com o SNAC: o crescimento econômico deve andar de mãos dadas com o respeito aos direitos trabalhistas. “É hora de consolidar um modelo em que os trabalhadores tenham estabilidade, acesso à seguridade social, salários decentes e participação real nos lucros do setor”, disse.
O SNAC, em suas próprias palavras: “Somos cocriadores de histórias de sucesso em empresas como o Grupo Bimbo, Grupo Mars, Mondelez, Arcor, Monte Xanic, Hershey, Comex, Alpezzi, Rich’s, Fisher and Paykel, Pastelería Ideal, entre outras”.
Esse sindicato, acrescentou, está presente e ativo sob os padrões atuais e o T-MEC em mais de 465 locais de trabalho, em 210 cidades de 32 estados e faz parte da história do México há 104 anos.