A Organização Mundial das Alfândegas (OMA) planeja promover o que ela chama de alfândega verde e comércio internacional verde.

Em primeiro lugar, a OMA planeja que seus membros aumentem a coleta de dados padronizados sobre operações de comércio exterior para análise e melhor tomada de decisões.

Mas Ricardo Treviño, vice-diretor geral da OMA, comentou que essa tarefa não é fácil, pois há muitas informações confidenciais para as empresas envolvidas em exportações e importações.

Mesmo assim, Treviño acrescentou que os Estados Unidos, a China e outros países apoiam a OMA nessas mudanças, que podem avançar pouco a pouco e, principalmente, em uma nova convenção da OMA.

Comércio internacional verde

Por um lado, a alfândega verde envolve o uso de veículos elétricos, a eliminação ou a redução do uso de papel e tudo o que tem a ver com a redução da pegada ambiental da própria alfândega.

Por outro lado, o comércio internacional verde diz respeito às alfândegas de todo o mundo que oferecem facilidades no desembaraço e classificação de produtos que têm um impacto positivo no meio ambiente.

Treviño disse que uma medida semelhante foi implementada durante a pandemia de Covid-19, quando as alfândegas de todo o mundo listaram mercadorias com classificações específicas para ajudar a enfrentar esse desafio, como scanners ultrassônicos, ventiladores, máscaras de oxigênio, sabão e desinfetante para as mãos.

Com o aumento do comércio global e dos esforços de combate ao terrorismo, a função de muitos órgãos alfandegários em todo o mundo evoluiu muito além dos relatórios estatísticos e da cobrança de impostos de importação e impostos especiais de consumo, concentrando-se cada vez mais na proteção da sociedade por meio de uma maior segurança nas fronteiras e de uma segurança de carga muito mais profunda.

Para isso, a OMA está desempenhando um papel de liderança na assistência aos órgãos membros para melhorar a eficiência e a eficácia de suas operações por meio do desenvolvimento, promoção e implementação de sistemas e procedimentos aduaneiros modernos. Um dos principais instrumentos da OMA é a SAFE Framework of Standards to Secure and Facilitate Global Trade (SAFE Framework), que a OMA adotou em 2005.

A Estrutura SAFE é um instrumento não vinculativo que contém padrões de segurança e facilitação da cadeia de suprimentos para mercadorias comercializadas internacionalmente.

Seu objetivo é permitir maior visibilidade, aprimorar os recursos para detectar remessas de alto risco e facilitar o gerenciamento mais integrado da cadeia de suprimentos em todos os modos de transporte, por meio de tecnologia aprimorada e práticas de transmissão de dados, acordos de rede entre administrações alfandegárias e melhor cooperação entre a alfândega e a comunidade empresarial.