O IED em manufatura reflete sua atratividade em estratégias de nearshoring para o México, de acordo com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
Embora existam mais informações anedóticas sobre a chegada de capital físico ao México derivadas do nearshoring, as estatísticas oficiais estão começando a mostrar um crescimento nos fluxos de investimento.
A lacuna entre as duas tendências é parcialmente explicada pelo fato de que as empresas demoram a informar seus fluxos de IED para o México ao Ministério da Economia, depois de fazerem anúncios na imprensa.
IED em manufatura
Na América Latina e no Caribe, em 2023, os serviços mantiveram sua liderança na região como um todo, apesar de uma queda nos fluxos de entrada nesse setor em comparação com 2022.
De acordo com a CEPAL, o IED em manufatura está em segundo lugar, mas aumentou significativamente no México e na América Central.
O interesse das empresas multinacionais em instalar fábricas perto dos Estados Unidos parece ser evidente.
Isso é especialmente verdadeiro em países com custos de mão de obra mais baixos e menos riscos geopolíticos. Entretanto, isso ainda não se reflete no volume total de investimento estrangeiro direto.
O Brasil, historicamente um dos principais receptores de IED em manufatura, registrou uma queda significativa nesses investimentos.
Isso pode ser o resultado da desindustrialização em alguns países e da maior integração às cadeias de valor de manufatura em outros.
Integração
O México, por outro lado, destaca-se nos fluxos de IED em manufatura, respondendo por quase metade do total na América Latina e no Caribe.
Enquanto isso, o Brasil continua a liderar em recursos naturais, recebendo mais de um terço do IED nesse setor na região.
Essas tendências refletem as mudanças que começaram na década de 1990 nas estruturas produtivas das duas maiores economias da região.
A análise do IED por setor destaca a necessidade de combinar políticas de IED com políticas de desenvolvimento produtivo.
Em termos de atores do IED, os Estados Unidos e a Europa continuam sendo os principais investidores e receptores, com o México, o Brasil e o Chile liderando o recebimento de IED.
A participação da China no IED continua baixa em comparação com seu papel no comércio global.
Entretanto, os projetos anunciados mostram um aumento no investimento chinês.