A decisão do painel T-MEC sobre as regras de origem do sector automóvel completou um ano em janeiro, sem que os EUA tenham cumprido as medidas conexas em conformidade com a decisão.
Entretanto, o México e o Canadá não decidiram aplicar medidas de retaliação contra os EUA.
Nos tratados comerciais internacionais, as regras de origem são disposições específicas que estabelecem os critérios para determinar a origem de um produto.
Em 20 de agosto de 2021, o México solicitou consultas com os Estados Unidos sobre a interpretação e a aplicação de determinadas regras de origem para os automóveis ao abrigo do T-MEC.
Posteriormente, em 26 de agosto de 2021, o Canadá notificou a sua intenção de participar nas consultas.
Os Estados Unidos realizaram consultas com o México em 24 de setembro de 2021.
O México solicitou e constituiu um painel de resolução de litígios em 6 de janeiro de 2022 e o Canadá aderiu ao litígio como co-reclamante em 13 de janeiro de 2022.
As Partes constituíram o painel em 22 de março de 2022, com a seguinte composição Elbio Rosselli, Presidente; e Kathleen Claussen, Ann Ryan Roberson, Jorge Miranda e Donald McRae, membros.
Em janeiro de 2023, o Painel neste litígio emitiu um relatório que concluía a favor do Canadá e do México.
Na sequência dessa decisão, tal como exigido pelo T-MEC, as partes encetaram discussões sobre uma resolução do litígio.
Regras de origem no sector automóvel
No litígio sobre esta questão, o Canadá e o México defenderam a posição de que, se uma peça principal for considerada originária ao abrigo das flexibilidades proporcionadas pelo requisito de origem da peça principal, o valor da peça principal é considerado 100% originário aquando do cálculo do conteúdo global de valor regional do veículo.
Mas, na opinião dos EUA, o texto do T-MEC não apoia a interpretação canadiana e mexicana.
Certeza
A posição dos EUA é que o requisito relativo às peças principais e o requisito relativo ao teor de valor regional global do veículo são requisitos separados e distintos que um veículo deve satisfazer (para além do valor do teor de mão de obra e dos requisitos relativos à aquisição de aço e alumínio) para receber tratamento preferencial ao abrigo do T-MEC.
Várias partes interessadas manifestaram o desejo de ver uma resolução do litígio que proporcionasse maior certeza e clareza aos requisitos relativos às peças principais.
No final, o painel decidiu a favor do México e do Canadá.