Os preços dos grãos continuarão a subir em 2023 devido aos riscos contínuos no contexto geopolítico, no setor de energia e aos altos preços dos fertilizantes, projetou a seguradora de crédito francesa Coface.
Portanto, pode-se dizer que toda a cadeia de valor continuará a ser afetada em 2023.
A guerra na Ucrânia está causando um aumento na inflação que afetou os preços dos fertilizantes e fungicidas, que, por sua vez, afetam os custos de produção no campo e toda a cadeia de valor.
A avaliação da Coface sobre o setor agroalimentar é de alto risco para a América Latina, o Oriente Médio e a Europa Oriental, enquanto a Ásia-Pacífico e a América do Norte são de risco médio.
De acordo com Patricia Krause e Simon Lacoume, analistas da Coface, o fenômeno El Niño provavelmente está começando, já que o fenômeno La Niña terminará entre março e abril de 2023, o que trará um clima mais seco e quente no cinturão do Oceano Pacífico e poderá afetar a produção de cana-de-açúcar.
Embora se espere que o milho e os cereais estejam em alta em 2023, o açúcar sofrerá o impacto do fenômeno El Niño e a produção será afetada.
Ao mesmo tempo, devido aos efeitos climáticos em 2023, a produção de trigo não será tão boa e provavelmente também será afetada pelas ondas de calor.
Com o início do El Niño na região do Pacífico, os analistas esperam uma situação difícil para o setor agroalimentar global.
Preços dos grãos
A inflação dos alimentos foi moderada na margem, mas permanece em níveis historicamente altos, limitando o poder de compra das famílias.
Embora o consumo de alimentos seja mais resistente às crises econômicas, os consumidores precisam substituir certos alimentos por outros mais baratos.
Na Argentina, os desequilíbrios estão se acumulando; no Brasil, a previsão é positiva para a safra atual, com a recuperação da soja, do milho e da cana-de-açúcar.
Enquanto o Chile atravessa 14 anos de seca no setor, embora a chegada do El Niño possa aumentar a umidade, na Colômbia espera-se que a produção se recupere após o excesso de chuvas.
No México, a previsão de crescimento da produção agrícola em 2023 permanece inalterada, apesar da seca em 48,6% dos municípios.