As tensões no setor bancário e o aperto das condições financeiras exacerbaram os riscos de queda nas perspectivas econômicas dos EUA, afirmou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
Os bancos regionais desempenham um papel importante na concessão de empréstimos a empresas.
Na opinião da CEPAL, é provável que o investimento empresarial, especialmente em pequenas empresas e imóveis comerciais, sofra mais pressão à medida que as condições de empréstimo se tornem mais restritivas.
De acordo com a análise do Credit Suisse, cerca de 18% dos empréstimos comerciais e industriais e 67% dos empréstimos para imóveis comerciais são mantidos por bancos abaixo das 25 maiores instituições em tamanho, e será difícil para os bancos maiores preencherem a lacuna resultante da redução dos empréstimos concedidos por bancos regionais menores.
Para a CEPAL, é provável que as tensões bancárias acelerem a transmissão da política monetária mais rígida para a economia real.
Os padrões de empréstimo já estão se tornando mais rígidos há alguns trimestres e espera-se que essa tendência se acelere à medida que o setor bancário restringe o crédito e a regulamentação bancária mais rígida se torna mais provável.
Entretanto, o risco de fuga de depósitos e de contágio nos mercados de financiamento parece ter diminuído nas últimas semanas devido à ação conjunta do Federal Reserve dos EUA, do Departamento do Tesouro e da Federal Deposit Insurance Corporation anunciada no início de março, o que parece ter ajudado a aliviar as preocupações dos depositantes e a limitar a necessidade de os bancos liquidarem ativos em um mercado estressado.
Setor bancário
Espera-se que a economia dos EUA perca o ímpeto no futuro. A combinação de inflação persistentemente forte e condições de crédito mais restritas devido a tensões no setor bancário deixa o Federal Reserve em uma posição difícil, já que se aproxima do fim do ciclo de aperto de sua política monetária.
Por enquanto, o banco central está lidando com ambos os problemas aumentando ainda mais as taxas de juros para controlar a inflação e, ao mesmo tempo, fornecendo um generoso suporte de liquidez aos bancos.
Entretanto, a CEPAL disse que as condições de crédito mais apertadas devem pesar sobre a economia ao longo do tempo, contribuindo para a redução da demanda e da inflação e, talvez, para uma reversão do ciclo da política monetária.
A incerteza aumentou e, embora alguns analistas de mercado esperem uma recessão este ano, outros acreditam que, enquanto os fundamentos do consumo permanecerem resilientes, uma recessão poderá ser evitada.